As cláusulas de recompra existentes no futebol

O futebol é uma modalidade cada vez mais dispendiosa para os clubes. Todos os anos são gastos milhões de euros em contratações, salários, logística e infraestruturas para garantir o sucesso de uma equipa. No sentido de minimizar o custo das contratações alguns clubes estão a adicionar cláusulas de recompra de jogadores que outrora venderam. Este artigo pretende mostrar para que servem e como surgiram estas cláusulas ilustrando com alguns exemplos para que se perceba melhor o seu funcionamento.

Para que servem?

Estas cláusulas servem para garantir que um clube que venda um jogador o possa voltar a comprar, caso ele se valorize, a um valor semelhante ao da venda ou até mais baixo que os demais clubes tendo igualmente prioridade para exercer essa mesma opção de compra. Mas atenção, esta cláusula de recompra não é permanente e é só válida por um determinado período de tempo até porque o clube comprador também quer levar em conta os seus interesses e, ao valorizar o jogador, também quer tirar o máximo proveito financeiro do mesmo.

Como surgiram?

Estas cláusulas começaram a surgir e a ser impostas por clubes com um poder financeiro mais elevado ou por clubes que têm academias de formação de alto gabarito mas que não conseguem dar lugar a todos os seus jovens. A dada altura no tempo, venderam jovens da sua formação para poderem jogar com mais regularidade em outros clubes ou incluíram jogadores em negócios que depois acabaram por se valorizar muito no mercado e, caso o quisessem ter de volta, teriam que pagar um valor elevado pelo mesmo.

Alguns exemplos práticos:

Para ilustrar como funciona na prática deixamos aqui três exemplos, um sem cláusula de recompra e outros dois com a referida cláusula:

1.      Matic

Jogador do Chelsea, que foi incluído no negócio da venda de David Luiz para o clube londrino mas que acabou por se valorizar muito ao serviço do Benfica. Para o ter de volta, o Chelsea teve que desembolsar um valor de 25 milhões de euros. Se tivesse tido uma cláusula de recompra, o Chelsea poderia ter poupado alguns milhões de euros.

2.      Morata

Saiu do Real Madrid para a Juventus por 22 milhões de euros e pode voltar ao Real Madrid por 30 milhões. Apesar de ainda poder ganhar 8 milhões de euros, a Juventus quer tirar esta cláusula de recompra visto que está convicta que consegue valorizar o jogador e que o pode conseguir vender por um valor muito superior a 30 milhões num prazo de 2 a 3 anos.

3.      Carlos Vela

Jogador mexicano descoberto pelo Arsenal mas que acabou por ser vendido à Real Sociedad onde tem tido bastante sucesso. O Arsenal pode exercer a sua cláusula de recompra por um valor próximo dos 4 milhões de euros mas existem clubes na Europa que estão dispostos a ir a valores próximos dos 20 milhões de euros para garantir a contratação do jogador.

Os principais benefícios das cláusulas de recompra

  • Valorizar jovens que depois podem ser comprados de volta pelo seu clube de origem a um preço semelhante ou bastante inferior.

  • Garantir que os ativos que outrora tiveram não se transferem para um clube rival, quer nacional, quer europeu.

  • Evitar ter que voltar a adquirir o jogador ao clube que foi vendido pelo valor da cláusula de rescisão ou próximo do mesmo.

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